quarta-feira, 26 de março de 2008

Dá-me o telemóvel, já!

Eu sei que este tema está constantemente na comunicação social, mas não poderia deixar em branco este acontecimento.

Só duas coisas guiam-me na vida: a minha palavra [honra] e o respeito. Todos os meus actos são guiados por estas duas palavras que são meus axiomas dos quais derivo todo o meu comportamento, para tal, sirvo-me de algo que me é muito útil, eu chamo-lhe cérebro.

O cérebro é algo maravilhoso, todos deveriam ter um. Digo isto porque ao ver o vídeo da criança a disputar um telemóvel com o professor eu comprovei a minha teoria de que existem pessoas anencéfalas entre nós.

Como é possível uma miúda com seus quinze inúteis anos querer subordinar um professor? Eu com meus quinze anos fartei-me de apanhar por menos, nem imagino o que me fariam se gritasse para um professor. Dou-lhe, caro leitor, o exemplo de minha casa [e já tenho 20 aninhos com aparência de 19 e meio], eu sou sempre o último a gritar cá em casa: “CALA-TE, JÁ VOU FAZER O QUE PEDISTE!”, ou “ESTÁ BEM!”, e assim permanece tudo em harmonia.

Fui educado assim, e acho que é melhor educação possível. Hoje alguns psicólogos, educadores, pediatras, e até mesmo o público em geral, preferem passar a mão na cabeça após cada erro de uma criança como a do vídeo, está mal! Nódoas negras depois de uma tareia bem merecida nunca matou ninguém, ah! E atenção! Claro que não defendo que a rapariga deva ser malhada feito Judas, defendo que o que inibe este comportamento não é a crueldade do castigo, mas sua infalibilidade, isto é, se ela arcasse com as responsabilidade dos próprios actos pensaria dez vezes antes de fazê-lo.

Mas estamos no país do faz de conta, não é? Fazemos de conta que este caso é único, fazemos de conta que os professores são santos, fazemos de conta que o governo se importa, fazemos de conta que uma justiça será feita, enfim fazemos de conta...

Estou mesmo a ver daqui à dias o nosso presidente da república, Cavaco Silva, fazer uma visita oficial ao Afeganistão para conversar com o Osama Bin Laden e convencê-lo a passar uns mesitos cá para ajudar os nossos professores a como se defender dessa malta jovem que assombra todas as escolas. Até imagino um repórter entrevistando-o:


- Em primeiro lugar gostaria de agradecer-lhe a entrevista, Dr. Laden, o que nos trará de novo?

- وسيكون الانفجار
[Será um estouro!]


- Então promete novas medidas para auxiliar os professores?

- انها ستنتهي مع جميع الكفار
[Acabarei com todos os alunos infiéis]


- Vai acabar com o 9ºC todo?

-أيضا
[Também]


Toda esta situação seria cómica se não fosse trágica, é um cúmulo! Bem, na verdade um cúmulo mesmo seria um idoso numa cadeira de rodas atropelado por uma ambulância do INEM que iria auxiliá-lo por ter sido anteriormente atropelado por uma ambulância de Vila Viçosa em frente ao Hospital de Santo António, mas esta situação do "Dá-me o telemóvel, já!" é um cúmulo mais próximo ao exemplo supracitado.

Pelamordosmeuspentelhos! Eu jamais diria: Olha a velha vai cair! [não, pelo menos, em frente ao professor, haja educação!] ou ficaria no Ha… ha… ha...ha...ha enquanto filmava uma parvoíce daquelas com um... como hei de dizer.... TELEMÓVEL.

Dá-me o telemóvel, já!,

F. Varandas

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