A Água

Escrito por Manoel Maria Barbosa du Bocage: O

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da rasca
tira o cheiro a bacalhau da lasca
que bebe o homem que bebe o cão
que lava a dona e o berbigão

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega as rosas e os manjericos
que lava o bidé, lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche

e lava a boca depois de um broche.

Fígado? Que fígado?

Às 7:00 horas o maldito relógio de cabeceira desperta [no meu caso – e de muitos – também conhecido como telemóvel], mais um dia, lá vou eu preparar-me para enfrentá-lo. Antes, entretanto, travo uma incrível batalha para levantar-me da cama.

Não sei se os físicos explicam, mas parece haver um atracção tão forte entre mim e a minha cama que todas as manhãs eu medito: “Devo levantar-me para ir ao ICBAS ou não?” e fico provavelmente uns 10 minutos a pensar nisto, depois, entre o sim e o não, opto sempre pelo f*da-se e levanto-me da cama muito bem disposto como podem imaginar.

Descobri sozinho, nesta meditação matinal, que o difícil não é dormir tarde é antes acordar cedo, e torna-se ainda mais difícil quando fazemos isto em dias consecutivos.

Mas hoje é um dia especial [este hoje refere-se à ontem], não vou a faculdade, antes vou ao Hospital de São João ver como está o meu fígado. Não que eu o tivesse deixado lá internado, mas sim ouvir as conclusões de umas análises que fiz.

Não há outra hipótese, níveis elevados de ALT [alanina aminotransferase] entre outras anormalidades, prognóstico: deixar a bebida ou vou ver meu pai mais cedo do que devia [humor negro é tudo]. Agora mandaram-me ter juízo e não beber. Poça! Mas eu nunca tomei juízo justamente porque não tinha álcool, como o destino é injusto.

Apeteceu-me dizer a sôtora que me atendeu [muito simpática por sinal] que eu já havia largado a bebida antes de ir a consulta, só não sabia onde...

Há bares que vêm para o bem, não é? Mas por que tudo que é minimamente bom faz mal? C'um caneco! Eu só bebia porque era líquido! Afinal se fosse sólido eu comia, se fosse gasoso eu inalava e se fosse supositório eu vivia sóbrio...

Dizem que beber só faz mal, MENTIRA! Nunca fiz amigos bebendo leite. Dizem que a bebida vicia, MENTIRA! Bebo só 6 meses por ano... dia sim, dia não... E não estou minimamente viciado. Dizem que beber causa embriaguez, MENTIRA! Só fiquei embriagado na primeira vez que bebi, depois foi só manter-me...

Brincadeiras à parte, beber é uma arte e requer moderação!

Deixo o aviso mais do que sabido:

Se beber, caro leitor, não dirija! Porque pode entornar a cerveja enquanto dirige.

Se beber, aproveite para dançar, faça amor [mas certifique-se que é com a pessoa certa e do sexo certo] e não ligue para o telemóvel de ninguém... [Não me pergunte como sei]

Enfim agora que fui condenado à abstinência dedicar-me-ei aos outros prazeres da vida... MULHERES!

E não me chamem de machista por amar as mulheres! Como todos sabem eu sou um amplo defensor dos movimentos feministas, principalmente os dos quadris...

Tenho quase a certeza que, se Deus fez alguma coisa melhor do que a mulher, ficou para ele. Afinal melhor que uma mulher, só duas mulheres [para não falar já de três mulheres]. Bem, mas este assunto fica para outro dia...

Cumprimentos,

F. Varandas

P.S.: Parei de beber! Faz um dia amanhã. Ou acha mesmo caro leitor que escrevi este texto sóbrio?

Estou a brincar! ;)

STOP HORSE ABUSE

Dá-me o telemóvel, já!

Eu sei que este tema está constantemente na comunicação social, mas não poderia deixar em branco este acontecimento.

Só duas coisas guiam-me na vida: a minha palavra [honra] e o respeito. Todos os meus actos são guiados por estas duas palavras que são meus axiomas dos quais derivo todo o meu comportamento, para tal, sirvo-me de algo que me é muito útil, eu chamo-lhe cérebro.

O cérebro é algo maravilhoso, todos deveriam ter um. Digo isto porque ao ver o vídeo da criança a disputar um telemóvel com o professor eu comprovei a minha teoria de que existem pessoas anencéfalas entre nós.

Como é possível uma miúda com seus quinze inúteis anos querer subordinar um professor? Eu com meus quinze anos fartei-me de apanhar por menos, nem imagino o que me fariam se gritasse para um professor. Dou-lhe, caro leitor, o exemplo de minha casa [e já tenho 20 aninhos com aparência de 19 e meio], eu sou sempre o último a gritar cá em casa: “CALA-TE, JÁ VOU FAZER O QUE PEDISTE!”, ou “ESTÁ BEM!”, e assim permanece tudo em harmonia.

Fui educado assim, e acho que é melhor educação possível. Hoje alguns psicólogos, educadores, pediatras, e até mesmo o público em geral, preferem passar a mão na cabeça após cada erro de uma criança como a do vídeo, está mal! Nódoas negras depois de uma tareia bem merecida nunca matou ninguém, ah! E atenção! Claro que não defendo que a rapariga deva ser malhada feito Judas, defendo que o que inibe este comportamento não é a crueldade do castigo, mas sua infalibilidade, isto é, se ela arcasse com as responsabilidade dos próprios actos pensaria dez vezes antes de fazê-lo.

Mas estamos no país do faz de conta, não é? Fazemos de conta que este caso é único, fazemos de conta que os professores são santos, fazemos de conta que o governo se importa, fazemos de conta que uma justiça será feita, enfim fazemos de conta...

Estou mesmo a ver daqui à dias o nosso presidente da república, Cavaco Silva, fazer uma visita oficial ao Afeganistão para conversar com o Osama Bin Laden e convencê-lo a passar uns mesitos cá para ajudar os nossos professores a como se defender dessa malta jovem que assombra todas as escolas. Até imagino um repórter entrevistando-o:


- Em primeiro lugar gostaria de agradecer-lhe a entrevista, Dr. Laden, o que nos trará de novo?

- وسيكون الانفجار
[Será um estouro!]


- Então promete novas medidas para auxiliar os professores?

- انها ستنتهي مع جميع الكفار
[Acabarei com todos os alunos infiéis]


- Vai acabar com o 9ºC todo?

-أيضا
[Também]


Toda esta situação seria cómica se não fosse trágica, é um cúmulo! Bem, na verdade um cúmulo mesmo seria um idoso numa cadeira de rodas atropelado por uma ambulância do INEM que iria auxiliá-lo por ter sido anteriormente atropelado por uma ambulância de Vila Viçosa em frente ao Hospital de Santo António, mas esta situação do "Dá-me o telemóvel, já!" é um cúmulo mais próximo ao exemplo supracitado.

Pelamordosmeuspentelhos! Eu jamais diria: Olha a velha vai cair! [não, pelo menos, em frente ao professor, haja educação!] ou ficaria no Ha… ha… ha...ha...ha enquanto filmava uma parvoíce daquelas com um... como hei de dizer.... TELEMÓVEL.

Dá-me o telemóvel, já!,

F. Varandas

Mulheres solteiras, quem as entende?

Algo me intriga nestes últimos dias, afinal se um dos lemas femininos é que os homens são todos iguais, por que é que as mulheres escolhem tanto? Por que elas não levam um estilo Chivas® da vida e enquanto não encontram a pessoa certa, aproveitam e divirtem-se com as erradas?

Não sei, só sei que estou solteiro. Esta situação de todo não me surpreende, afinal se fealdade fosse crime, provavelmente eu era condenado à prisão perpétua. Mas fique já o leitor deste blog a saber que tenho muita alto estima por mim mesmo! Se eu não encontrar a minha metade da laranja, não me desesperarei! Encontro a minha metade do limão, adiciono aguardente, açúcar e gelo e sou feliz na mesma! Com uma rica caipirinha brasileira em mãos.

Ai a caipirinha, ai a caipirinha... Realmente toda vez que lembro de uma caipirinha fresca recordo-me que só bebo para esquecer... Só não lembro de quê... mas enfim, voltemos ao assunto:

Tenho a certeza que o coração feminino é igual ao circo, sempre cabe mais um palhaço, e que não me venham com estas histórias de que procuram um “grande amor” que isto é treta, ora, como diz uma conhecida frase que eu não recordo a origem: “um grande amor é aquele que já passou, o maior está para vir”... Não há tempo a perder! E que como todos sabemos [ainda mais os alunos da área da saúde] que o amor é uma enfermidade temporária que se cura com o tempo, e, na verdade, não passa de uma palavra de quatro letras, duas vogais e dois idiotas. Logo isto não é desculpa!

Eu sei que o leitor está a rir-se de mim [se já não desistiu de ler e saiu do blog]...está bem, eu sei [não sou tão principiante assim] que uma relação é complicada, mas pense bem, ter uma namorada para uma rapaz é importantíssimo! Uma boa namorada é aquela pessoa amiga e companheira que está sempre ao nosso lado, para ajudar-nos a resolver os grandes problemas que não teríamos se fôssemos solteiros.

Também sei que algumas mulheres conquistam-se com um olhar...Outras com um beijo... Outras com um sorriso... E que para todas as outras existe MasterCard®! Mas aí é que está o problema: onde, quando e como posso abrir uma conta do MasterCard®?

É complicado, as mulheres de hoje em dia só procuram um príncipe encantado... procurem mazé pelo lobo mau. Ele ouve-te melhor, vê-te melhor e ainda te come! De lobos maus Portugal está cheio, e a mim [de lobo] só me falta a capuchinho vermelho...

Nada de pensar que os homens só pensam em sexo quando iniciam uma relação! Também pensamos em futebol, cerveja e amigos! E mesmo assim, o sexo não tem nada a ver com amor... Tanto que o governo nos f*de há anos e eu não conheço ninguém apaixonado pelos governantes... Quando pensamos em sexo, é a pensar também na relação! Tudo por uma boa relação!

Desisto de pensar no assunto... Para quê levar isto a sério [e a vida também] se nós nascemos de um orgasmo? Não, não vale a pena, eu nasci careca, sem dentes e sem roupa, o que vier é lucro...

Cumprimentos,

F.Varandas

A origem das espécies...

...das espécies não!, enganei-me, queria dizer “A origem do blog” ou melhor, “A origem da idéia do blog”.

Tudo começou como mais uma aula teórica de Anatomia Clínica, onde ao invés de prestarmos atenção aos seios frontais da vaca em estudo [sem sentido metafórico], eu, o L.Maia e F.Reis jogávamos quatro-em-linha, batalha-naval e jogo do galo [não necessariamente por esta ordem e aliás, eu sei, não somos o esteriótipo de aluno do ensino superior, mas fazer o quê?].

Tudo corria bem, até que provavelmente fruto de uma sinapse mal feita, surge um lapso, ou melhor, um esboço de pensamento do L.Maia que nos propõe criar um blog para lá escrevermos sabe-se-lá-o-quê e sabe-se-lá-quando.

Como homem(ns) de palavra, criei(amos) este blog que o leitor está a ver [ao acidentalmente a ver] e que na sua génese pretende ser um local de informação inútil, e textos minimamente cómicos, sobre a vida universitária de três estudantes [agora quatro] de Medicina Veterinária. Diga, caro leitor, se este blog não promete? Diga-me se não será tão ou mais emocionante que a “Quinta das sem-cérebro-bridades” ou o “Big Brother infinito”, afinal quem nunca se interessou por saber o que se passa na cabeça de um estudante...[medo]

Bem, dentro dos possíveis, a proposta será de textos semanalmente, espero ser do agrado de todos o que aqui escrevermos.

Cumprimentos,

F.Varandas